Home Ciência O que os ursos podem nos ensinar sobre diabetes e obesidade

O que os ursos podem nos ensinar sobre diabetes e obesidade

Cientistas estudam como os ursos conseguem manter a saúde impecável mesmo estando super obesos e com o funcionamento da insulina comprometido.Um artigo publicado esta semana no jornal norte-americano The New York Times tem chamado a atenção de quem lida com o diabetes. O cientista Kevin Corbit, da Universidade Estadual de Washington, conta em seu texto que está trabalhando com ursos-cinzentos – animais com mais de 300kg e força gigantesca – na busca de tratamentos para o diabetes e a obesidade humanas.

Segundo Kevin, os ursos possuem características metabólicas únicas, muito diferentes do que é normalmente visto na Natureza, totalmente adaptadas para que os animais sobrevivam a longos períodos de hibernação. As mudanças internas que acontecem nestes animais durante esta fase podem conter a chave para a cura de doenças em seres humanos.

Durante o verão, os ursos aproveitam o calor e a fartura de comida para encher a barriga – eles chegam a ingerir até 50 mil calorias por dia (para se ter uma idéia, um ser humano normalmente precisa de 2 mil calorias diárias). Isto significa um aumento de peso de 7kg, todos os dias. A comilança tem um bom motivo: guardar energia para sobreviver aos rigorosos invernos do hemisfério norte.

Quando o inverno chega, os ursos hibernam. Neste período do ano, eles não comem, não bebem, não urinam e não defecam. O organismo deve se adaptar a esta mudança brusca no jeito como funciona, administrando os recursos energéticos disponíveis de maneira diferenciada. E o organismo dos ursos é um administrador e tanto destes recursos.

 

URSOS SÃO OBESOS, MAS COMPLETAMENTE SAUDÁVEIS

O cientista conta no artigo alguns exemplos da sabedoria da Natureza. No verão, os ursos comem tanto que ficam obesos. Porém, esta obesidade é muito mais “saudável” do que a humana. No nosso caso, pessoas obesas costumam ter um acúmulo de gordura no fígado ou nos músculos, o que causa graves problemas de saúde. Já os ursos, por outro lado, armazenam o excesso de energia apenas no tecido adiposo, o que não causa mal ao resto do organismo.

Outro exemplo dado pelo cientista – e que interessa especialmente a quem está com diabetes – é a maneira como os ursos lidam com a insulina.

OS URSOS, A INSULINA E O DIABETES

Em nós humanos, a insulina é o hormônio que retira o açúcar do sangue e o entrega às células do corpo que precisam de energia. Pessoas que estão com diabetes tipo 2, principalmente as obesas, têm um problema de saúde conhecido como “resistência à insulina“, no qual o hormônio não funciona de maneira adequada e as taxas de açúcar no sangue mantêm-se altas.

Em ursos, a relação obesidade-insulina-glicemia é completamente diferente. No outono, pouco antes de hibernaram, os ursos encontram-se no pico da obesidade. Se fossem humanos, é quase certo que teriam resistência à insulina. Porém, no mundo animal, é nesta fase que a insulina funciona de maneira mais eficiente.

Ao longo da hibernação, os ursos ficam completamente resistentes à insulina – de fato, tornam-se diabéticos. Ainda assim, seus níveis de açúcar no sangue continuam normais. Quando acordam, na primavera, os gigantes cinzentos voltam a responder à insulina da maneira habitual. Este tipo de mecanismo cíclico de resposta à insulina não existe no ser humano. De acordo com o texto do New York Times, “ursos modulam a sensibilidade à insulina não para manter os níveis de açúcar no sangue normais, mas para controlar quando a gordura é acumulada e quando ela é quebrada”.

 

O SEGREDO DOS URSOS

A palavra-chave para resolver o mistério de como os ursos “controlam” quando estão ou não diabéticos é: genética. De acordo com Kevin, a regulação da expressão de um gene chamado PTEN (compartilhado com os seres humanos) parece ser o segredo da “obesidade saudável” dos ursos e do controle diferenciado da ação da insulina nestes animais. O objetivo atual dos estudos do cientista é entender quando e onde esta ativação diferenciada do gene ocorre, para que possamos compreender melhor a maneira pela qual o nosso próprio corpo lida com a gordura e a insulina.

Quem sabe, um dia, este conhecimento seja utilizado em curas para dois dos maiores problemas de saúde globais: a obesidade e o diabetes. “Somente três medicamentos são atualmente aprovados para o tratamento de longo prazo da obesidade; eles geram perda de peso moderada e muitas vezes têm efeitos colaterais significativos”, explica Kevin. “Por que não temos melhores opções? Não é como se gente muito inteligente e cheia de recursos não estivesse tentando”.

“Milhões de anos de experimentação evolutiva produziram adaptações genéticas que permitiram aos ursos lidar com a obesidade, transformando-a em um estado benigno no qual o ganho de peso gera riscos muito menores à saúde. Se a Natureza descobriu este tipo de coisa para os ursos-cinzentos, talvez nós possamos descobrir também para os humanos“, completa.

 

 

1 comentário

  1. comecei hoje a fazer o uso da isulina umana imuim . estudo , bem . estaá tudo normal , comigo , . estou disposta a lutar contra essa doença , que e muito difecil , mais estou comfiante , e vou em frente e deus queizer , . pois passo muito mal , querendoo comer muito altas horas , e doces , altas horas também , so tá faltando um medico , para me acompanha e me auxiliar , neste momento novo na minha vida e de muita esperabça , que vou conseguir . me controlar , pois sou muito nervosa e muito ANSIOSA . . obrigada pela aténção de todos , um abraço . … MARCIA CRISTINA SENHOR OLIVEIRA . tenho 46 anos .

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado.

Veja também!

Remissão do diabetes tipo 2 é uma realidade cada vez mais frequente, afirmam entidades médicas

Um dos termos mais procurados junto com “diabetes” é “cura“. Afina…