Home Dr. Carlos Couri Você acha que seu diabetes está sob controle?

Você acha que seu diabetes está sob controle?

O dr. Couri ensina como administrar melhor sua glicemia em um texto super explicativo! Acompanhe.

Como todos sabemos o diabetes é uma doença silenciosa. Em outras palavras, ele tem a capacidade de nos trazer problemas sem entretanto nos dar alarmes.

Infelizmente, de maneira geral procuramos ajuda quando temos sintomas como dor, febre, sangramento, extremo mal-estar, etc. É neste nosso ponto fraco que o diabetes pode nos surpreender negativamente.

Muitos pacientes dizem a seguinte frase: “Eu conheço meu corpo e percebo que eu estou bem!” Porém, para ter certeza é necessário saber a quantas andam os níveis de glicose no sangue. Muitas vezes estou de frente a um paciente no consultório que está sem sintoma algum e quando meço a glicose o valor é de 450 mg/dl!

Por isso, cada paciente deve discutir com seu médico a forma como deve medir as glicemias. Há pacientes que precisam medir as glicemias 5, 6 7 e às vezes até 8 vezes ao dia! Isto mesmo: 8 vezes ao dia! Há pacientes que precisam medir a glicemia a cada 2 ou 3 meses. Cada caso é um caso e deve ser discutido com seu médico.

Que hora do dia devemos medir a glicose no sangue? Muitos pacientes se acostumam a medir as glicemias de manhã em jejum e quase nunca medem em outros horários. Devemos nos lembrar que o diabetes existe 24h por dia, 365 dias ao ano e por isso é necessário haver rodízio nos horários de medição. Os horários básicos são antes e 2h após o inicio do café da manhã, almoço e jantar e também às 3h da manhã. Obviamente que o número de medições varia de paciente para paciente. Muitos pacientes porém medem todos os dias, mas quase nunca medem após o café da manhã ou após o jantar ou na madrugada. Isto deve ser policiado pelo médico e paciente.

 

Quais as metas de tratamento?

As metas são discutidas entre médico e paciente e individualizadas. Em adultos costumamos usar meta de glicemia antes das refeições menor do que 120 mg/dl e meta após as refeições menor do que 140 mg/dl. Estes valores podem ser aumentados em casos particulares como idosos e crianças. É bom deixar claro aumentos esporádicos de glicemia em nada interferem no risco de complicações crônicas do diabetes. Todo o paciente diabético apresenta elevações ocasionais de glicose, mas o que realmente nos preocupa é quando as elevações se tornam frequentes. Caso isto ocorra uma mudança no estilo de vida ou mudança nas doses de insulina devem ser feitos em conjunto com o médico.

 

Hemoglobina glicada

Todos sabemos que é impossível medir-se as glicemias a todo o minuto todos os dias. Haja dedos… Por isso, temos uma ferramenta que nos mostra a média das glicemias dos últimos 3 meses. Isto se chama hemoglobina glicada. A hemoglobina glicada mostra o percentual de glóbulos vermelhos estão “açucarados”. Normalmente pacientes diabéticos possuem meta abaixo de 7%. Idosos e crianças costumam ter metas abaixo de 8%, mas conforme dito antes, isto deve ser discutido caso a caso com o médico assistente. Quanto mais tempo o paciente estiver com as glicemias e com a hemoglobina glicada acima das metas, maior o risco de sequelas a longo prazo. Alguns pacientes tentam fazer alguma forma de dieta para colher exames ou burlar o resultado dos exames de glicemia capilar, mas com a hemoglobina glicada podemos checar e confrontar os resultados. É com se a hemoglobina glicada fosse uma espécie de “dedo-duro” da vida do paciente diabético nos últimos 3 meses.

 

Como anotar as glicemias?

As anotações de glicemia são fundamentais. Sem as anotações não há como o endocrinologista saber se as doses atuais de insulina estão adequadas ou não. Muitos pacientes entretanto anotam glicemias exclusivamente para levar para seu médico. É fundamental todos saberem que as anotações são primariamente para o próprio paciente ponderar sobre os resultados de seu tratamento, de sua reeducação alimentar e de seus exercícios.

O método mais conhecido de anotação é o caderninho. Para os pacientes mais afeitos à tecnologia temos:

  • aplicativos para celulares que conectam as glicemias do paciente ao médico em tempo real;
  • tabelas em EXCEL;
  • programas que descarregam os dados do aparelho de glicemia diretamente no computador de médico e paciente.

 

IMPORTANTE: É MUITO COMUM PACIENTE DIABÉTICOS APRESENTAREM UM PICO ESPORÁDICO E OCASIONAL DE GLICOSE MAIS ALTA. TAMBÉM PODEM APRESENTAR HIPOGLICEMIA EXCEPCIONALMENTE. AS MUDANCAS NAS DOSES DE INSULINA SOMENTE DEVEM SER FEITAS SE ESTAS ALTERAÇÕES SE TORNAREM FREQUENTES.

Por Dr Carlos Eduardo Barra Couri

PhD em Endocrinologia pela Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto-USP, pesquisador da Equipe de Transplante de Células-Tronco da USP-Ribeirão Preto. Conceituado e premiado autor de pesquisas – inclusive em publicações internacionais -, materiais educativos e livros sobre o diabetes, em especial o tipo 1, e terapias com células-tronco.

Site: http://carloseduardocouri.blogspot.com.br ; www.twitter.com/cecouri

 

2 Comentários

  1. Boa noite sou diabético desde 2006 e acho que os remedios que o sr doutor médico de familia não devem ser os mais endicados para a minha diabétes tipo 2 pois eu facilmente me inervo e depois me sinto muito mal a ponto de desmaiar.Tómo triptizol 75 para dormir e descaçar a minha cabeça para a diabétes tomo VELMETIA1000 mg e DIAMICROM LM 30 mg para o colestrol SUPRALIP145mg

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