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De olho no cálcio do coração dos diabéticos

Grupo de cientistas americanos achava um absurdo a saúde do coração de todo diabético ser tratada da mesma maneira. Eles foram à busca do melhor método diagnóstico de problemas do coração – e agora publicam o resultado!

Imagem do coração, via tomografia computadorizada.

Os médicos do Wake Forest Baptist Medical Center, na Carolina do Norte, EUA, estavam insatisfeitos. A orientação que recebiam era a de acompanhar a saúde cardíaca de todo e qualquer paciente diabético da mesma maneira, sempre estipulando que os pacientes corriam graves riscos de desenvolver doenças no coração. Apesar de ser verdade que que tem diabetes possui chances maiores de ter estes males, a insatisfação da equipe médica decorria do fato de que cada diabético é diferente do outro. Havia pacientes cujas chances de ter problemas no coração eram altíssimas, e em outros elas eram bem menores. Mesmo assim, eram tratados da mesma maneira. Como fazer para diagnosticar e tratar corretamente a saúde dos pacientes, de acordo com as características pessoais de cada um? Foi então que os médicos tiveram uma idéia…

A equipe médica estudou vários métodos diagnósticos de problemas no coração contando com o auxílio de mais de 1000 diabéticos tipo 2os quais possuem taxas de duas a quatro vezes maiores de desenvolver este tipo de doença -, acompanhados ao longo de um período de sete anos. Sua conclusão é que um dos método, chamado de Escore de Cálcio nas Artérias Coronárias (CAC, na sigla em inglês), é o melhor e mais preciso para ser usado nestes pacientes. De acordo com a pesquisa, publicada na edição deste mês da revista científica Diabetes Care, o teste CAC permite discernir quais pacientes têm alto risco para doenças no coração e quais possuem riscos menores. “Pessoas com alto risco são 11 vezes mais propensas a morte por doenças cardiovasculares quando comparadas com aquelas de baixo risco. Diagnosticar níveis de risco com maior precisão ajudará os médicos a fornecer tratamentos mais efetivos e, com sorte, melhorar os resultados”, afirmou o professor de bioquímica Donald Bowden, principal autor do estudo.

Exame de tomografia computadorizada.

“Nossas observações desafiam o conhecimento médico atualmente aceito, o de que todas as pessoas com diabetes têm o mesmo risco [para doenças cardíacas]. O escore de cálcio nas artérias coronárias é fator-chave na predição de níveis de risco específicos”, completou o pesquisador.

Como funciona o teste CAC?

O escore de cálcio nas artérias coronárias é um exame relativamente simples e de baixo custo, afirmou Bowden. Ele é realizado em apenas 10 minutos. Durante este tempo, o paciente fica em uma máquina de tomografia computadorizada (ver imagem acima), que tira várias fotos, via raios-x, do coração (a quantidade de radiação à qual se fica exposto neste exame é baixa, não se preocupe! Ela é equivalente à metade do que se recebe por ano simplesmente por andar na rua). Estas imagens permitem visualizar placas de cálcio formadas nas paredes dos vasos sangüíneos que irrigam o coração. Quanto mais destas placas, pior para a saúde. Isto porque, com o tempo, elas tendem a engrossar ou fragmentar-se; de qualquer maneira, sua permanência nos vasos bloqueia parte do sangue de chegar ao coração e nutri-lo. Esta é uma das principais causas de várias complicações do coração, como ataques cardíacos.

 

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