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AdipoRon, a esperança de novo tratamento oral para diabetes

Pesquisadores conseguiram controlar a glicemia de camundongos com nova substância, absorvida pelo estômago. Novo tratamento oral para diabetes pode estar a caminho!

POR RICARDO SCHINAIDER DE AGUIAR, ESPECIAL PARA O DIABETICOOL

 

O tratamento e controle do diabetes tipo II consiste, normalmente, de uma dieta adequada, prática de exercícios físicos e, em alguns casos, medicamentos para regular a glicemia. Na busca por novos remédios para o diabetes, cientistas japoneses desenvolveram e testaram uma nova substância, chamada AdipoRon. O estudo, realizado pela Universidade de Tóquio e publicado na revista Nature, mostrou que o AdipoRon é capaz de melhorar o controle glicêmico, principalmente em casos de obesidade, e pode ser administrado oralmente.

Um dos fatores que podem levar ao diabetes tipo II é a obesidade. Pesquisas anteriores já haviam mostrado que pessoas obesas têm níveis menores de adiponectina, um hormônio regulador de glicose e que aumenta a eficácia da insulina. O AdipoRon imita os efeitos da adiponectina, mas possui uma grande vantagem: ao contrário do hormônio natural, ele consegue atravessar o estômago e o intestino e chegar à corrente sanguínea com sua função intacta. O composto, portanto, poderia ser utilizado para desenvolver mais uma forma de tratamento oral para o diabetes.

 

A PESQUISA

Para testar a eficácia do AdipoRon, os pesquisadores alimentaram ratos com uma dieta rica em gorduras, tornando os animais obesos e diabéticos. Eles foram divididos em dois grupos: um que tomaria o remédio e outro que não. Depois de quatro meses, a taxa de sobrevivência dos ratos que não tomaram AdipoRon foi de 30%, enquanto a dos que tomaram a substância foi de 70%. Para comparação, ratos com uma dieta balanceada normalmente possuem uma taxa de sobrevivência de 95% para esse mesmo período.

“Nossos resultados mostraram que os ratos que tomaram AdipoRon sobreviveram por mais tempo, apesar de continuarem obesos e não terem perdido peso”, diz Toshimasa Yamauchi, membro da equipe que realizou o estudo. “Pretendemos iniciar testes clínicos em humanos nos próximos anos”.

Yuji Matsuzawa diabetes
Yuji Matsuzawa, o cientista que descobriu a adiponectina, elogiou a descoberta.

Além disso, segundo os pesquisadores, muitos diabéticos do tipo II não conseguem seguir os conselhos médicos que recomendam exercícios físicos regulares e uma dieta saudável. “As oportunidades para realizar atividades físicas foram drasticamente reduzidas em nossa sociedade atual”, disseram eles. “Seguir uma dieta não é fácil nem para pessoas saudáveis, obesas ou não, diabéticas ou não”. O novo remédio, ainda de acordo com eles, poderia ser uma boa solução para essas pessoas.

Yuji Matsuzawa, um dos pesquisadores responsáveis pelo descobrimento da adiponectina em seres humanos em 1995, comentou que os resultados da equipe de Yamauchi representaram um grande progresso no estudo do hormônio. Segundo ele, ainda há outras formas de se pensar em tratamentos para diabéticos envolvendo a substância. “Mais pesquisas precisam ser feitas com a adiponectina”, diz Matsuzawa. “Uma possibilidade é tentar aumentar a produção desse hormônio pelo próprio organismo”.

 

Ricardo Aguiar é formado em Ciências Biológicas pela Unicamp e atualmente faz o curso de “Especialização em Divulgação Científica” no Laboratório de Estudos Avançados em Jornalismo (Labjor), também pela Unicamp.

 

4 Comentários

  1. Achei muito interessante essa nova pesquisa, espero que realmente dê certo em seres humanos, para que essa doença não venha a ser no futuro a causadora de tantos hôbitos.Parabéns aos
    pesquisadores e que Deus os ilumine nessa nova empreitada em prol da humanidade.

  2. Sou diabético tipo 2, e faço uso diário de Metformina 500, isso causa-me tristeza. Mas agora farei uso desse alimento como complemento, assim como uso cha de abajerú. Acredito muito
    nos tratamentos naturais e parabenizo a divulgação desse trabalho à população.

  3. FIQUEI SEM SABER E CURIOSO PARA CONHECER ESSE CHA DE ABAJERU, É ESSE NOME MESMO OU ERRARO O NOME

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