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Desemprego “envelhece” o DNA e aumenta riscos de diabetes

Pesquisa descobre que passar anos sem emprego acelera o envelhecimento e aumenta os riscos de desenvolvimento do diabetes tipo 2.

O nosso DNA também envelhece…

Ficar sem trabalhar por mais de dois anos machuca não apenas o bolso, mas também o corpo humano! Cientistas descobriram que ficar sem emprego por tanto tempo acelera o envelhecimento e favorece o aparecimento do diabetes tipo 2.

Pesquisadores da Universidade de Oulu, na Finlândia, e do Imperial College de Londres estudaram o DNA de 5620 pessoas, tanto homens quanto mulheres, todas com 31 anos de idade. Eles procuraram por sinais que indicam o quão “velhinho” estava o DNA dos voluntários.

Vale lembrar: DNA é, em termos bem simples, o conjunto de informações contidas em cada uma de nossas células e que é a base do funcionamento correto do corpo humano. É o DNA que contém as instruções para nosso organismo funcionar. Esta é, obviamente, uma tarefa importantíssima; sendo assim, não é de se estranhar que existam mecanismos que impeçam que as informações contidas no DNA sejam “má interpretadas” pelas células. Com passar do tempo, porém, estes mecanismos vão perdendo a eficiência e diversos erros no funcionamento do corpo vão se acumulando, o que aumenta as chances de surgirem doenças e acelera o envelhecimento. Portanto, um DNA “velho” é aquele mais propenso a gerar erros e que possui mecanismos de reparo menos eficientes.

 

O DNA dos 5620 voluntários foi analisado quanto à “idade” aparente. Apesar dos voluntários terem nascido no mesmo ano (todos tinham 31 anos), alguns DNAs pareciam ser “mais novos” do que outros – isto é, alguns tinham os mecanismos de reparo mais intactos que os outros.

Ficar muito tempo sem emprego gera efeitos perigosos no corpo humano.

Dentre os voluntários que aparentaram possuir DNA “mais velho” do que o normal, os pesquisadores compararam diversos fatores como o estilo de vida e a saúde. Eles descobriram que quem passou mais de dois anos desempregado possuía um DNA bem mais “velho” que o esperado. Mais do que isto, estas pessoas também eram mais propensas a sofrer de diabetes tipo 2. Um detalhe interessante: tais correlações apareceram somente entre os voluntários homens – as mulheres parecem estar “protegidas” dos efeitos nocivos do desemprego.

Já se sabia que grandes traumas sofridos quando criança e constante stress doméstico são fatores que também fazem o DNA “envelhecer” mais rápido. É a primeira vez que a falta de emprego é relacionada ao fenômeno, e talvez ajude a explicar um outro trabalho científico, publicado em 2010, que mostrou que o desemprego entre jovens adultos diminuía a expectativa de vida destas pessoas.

Os autores notam que a descoberta deveria gerar um sinal de alerta nos governos de todo o mundo, uma vez que a taxa de desemprego entre os jovens anda bastante alta. Se a pesquisa estiver correta, poderemos ver ainda mais adultos com diabetes tipo 2 e passando por um envelhecimento mais rápido no futuro próximo.

O trabalho foi publicado no periódico científico PLOS ONE.

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