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Como é a córnea de quem está com diabetes?

Cientistas descobrem alterações na córnea de diabéticos, abrindo caminho para novos tratamentos contra problemas oculares.O diabetes, quando não cuidado com extrema atenção, pode causar diversos efeitos negativos no corpo. Um destes efeitos assusta em especial quem tem a doença: os danos aos olhos. Infelizmente, problemas oculares são muito comuns em quem tem diabetes há mais de uma década, e poucos tratamentos são efetivos na cura. Uma nova pesquisa, porém, traz descobertas animadoras e que podem abrir caminho para novos tratamentos.

Cientistas do Instituto de Medicina Regenerativa Cedars-Sinai estudaram em detalhes a córnea de um olho de um paciente com diabetes e comparou-a com a córnea de um olho “saudável”. Os pesquisadores analisaram o quão ativos poderiam estar os genes nestas duas córneas.

Curioso sobre a córnea? Veja neste excelente vídeo da Universidade do Rio Grande do Norte uma boa introdução (a partir dos 4 minutos).

 

A córnea é a camada externa e transparente que fica na parte da frente do globo ocular, atuando como uma “janela” para o olho. Muitos diabéticos apresentam problemas justamente na córnea, os quais podem levar a danos sérios à visão.

A idéia por trás do trabalho era buscar por diferenças no padrão de ativação dos genes – que são o “manual de instruções” para o funcionamento do corpo – nas duas córneas.

Olho córnea diabetes
Esta é a córnea, a porção mais externa dos olhos e foco do atual estudo.

E, de fato, os cientistas encontraram alterações. De acordo com o trabalho, moléculas chamadas de microRNAs, que atuam como uma espécie de “controladores” das atividades dos genes, são expressas de maneira diferente em uma córnea saudável e em uma córnea de pessoa com diabetes. Segundo os pesquisadores, este fato pode explicar as anormalidades encontradas em quem está com a doença.

“Nós observamos diferenças pequenas, mas significativas, na expressão dos genes de córneas normais e diabéticas”, explicou Mehrnoosh Ghiam, um dos autores do estudo. “Estas pequenas alterações podem contribuir para a progressão da doença e causar efeitos em cascata nas funções celulares que previnem a cicatrização, eventualmente contribuindo para deficiências visuais”, disse.

Nunca antes um estudo científico havia analisado o papel dos microRNAs em córneas de pacientes diabéticos. Os cientistas notam que os resultados permitem compreender melhor o que acontece nos olhos de quem está com diabetes, o que acelera o processo de obtenção de tratamentos adequados e eficientes.

Para quem se interessa a fundo por Ciência, o trabalho pode ser lido aqui.

 

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