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Arquitetos defendem planejamento urbano anti-diabetes

A organização do espaço de uma cidade pode dizer muito sobre a saúde da população e sobre os riscos de desenvolver doenças como o diabetes, defende grupo.

Parque do Ibirapuera, em São Paulo: refúgio verde em meio ao concreto é sinônimo de mais saúde para a população.

O Instituto Real de Arquitetos Britânicos (RIBA, na sigla em inglês) divulgou um relatório no qual demonstra que cidades repletas de espaços verdes e com pouca densidade habitacional são as mais “saudáveis” na Inglaterra. Além disso, no documento, os membros do Instituto defendem um novo modelo de planejamento urbano baseado nestes parâmetros e afirmam que os investimentos públicos necessários às reformas serão muito menores do que os custos para tratar a saúde da população.

O relatório do RIBA analisou dados habitacionais e de saúde das nove maiores cidades britânicas (Londres, Birmingham, Manchester, Leeds, Newcastle, Sheffield, Liverpool, Bristol e Nottingham). O Instituto focou o estudo em parâmetros como prevalência de obesidade e diabetes na população, quantidade de espaços verdes (como parques e matas nativas) e densidade habitacional (que pode ser descrita como a quantidade de moradias em uma determinada área; uma região com prédios de muitos andares, por exemplo, possui densidade habitacional alta).

O relatório aponta que as cidades mais “saudáveis” – ou seja, aquelas com os menores índices das doenças crônicas analisadas – possuíam características muito semelhantes na distribuição do espaço urbano. Curiosamente, tal tendência se manteve quando comparados os dados de regiões diferentes de uma mesma cidade.

“Comparando a prevalência de diabetes em adultos, as áreas menos saudáveis das nossas cidades têm densidade habitacional duas vezes maior e 25% menos espaço verde do que as áreas mais saudáveis”, afirma o estudo.

Seja na comparação entre bairros diferentes, seja entre cidades, as regiões mais saudáveis são as que possuem menos moradias por área e mais espaço verde, independente da situação socioeconômica do local. A explicação que o RIBA fornece é bastante óbvia: a falta de locais propícios à prática de exercícios físicos induz as pessoas ao sedentarismo, um atalho poderoso para o sobrepeso, a obesidade e o diabetes tipo 2.

grafico RIBA cidades diabetes
Gráficos adaptados do relatório do RIBA indicam que a prevalência do diabetes é menor em cidades com mais áreas verdes.

De acordo com o RIBA, apenas na Inglaterra, um aumento na quantidade de espaços verdes poderia significar uma economia de mais de 2,6 bilhões de reais aos cofres públicos todos os anos, devido à melhora na qualidade de vida e na saúde geral da população.

“No século 19 e no início do 20, pioneiros da saúde pública e reformadores urbanos ajudaram a vencer doenças infecciosas, como o cólera e a tuberculose, através da melhora de nossos prédios, ruas e vizinhanças”, afirma o relatório. “Agora, novamente estamos examinando como o desenho de nossas cidades pode ter um papel crucial no combate a algumas das maiores epidemias de saúde pública do nosso tempo: obesidade e as doenças crônicas relacionadas, como o diabetes e doenças cardíacas“.

O relatório pode ser lido aqui.

 

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