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Análise do hálito pode medir a glicemia?

Novo método pode chegar em breve às prateleiras das farmácias! Entenda como partículas presentes no hálito podem ajudar a monitorar o diabetes.

Por Ricardo Schinaider de Aguiar, especial para o Diabeticool

O monitoramento do diabetes é geralmente feito através de exames de sangue, método invasivo e que pode ser desagradável para os pacientes que precisam fazê-los diariamente. Cientistas da Universidade de Pittsburgh, porém, estão no caminho para desenvolver um novo método tanto de monitoramento quanto de diagnóstico do diabetes. Ele é baseado em uma condição chamada de cetoacidose e consiste apenas em analisar o hálito do paciente.

O professor Alexander Star, do Departamento de Química da Universidade de Pittsburgh, nos EUA.
O professor Alexander Star, do Departamento de Química da Universidade de Pittsburgh, nos EUA.

A cetoacidose é uma condição na qual o hálito fica com um característico “cheiro de frutas”. Esse odor se deve à presença de uma substância química chamada acetona. Nosso organismo geralmente utiliza glicose como fonte de energia, porém em pessoas com diabetes é possível que ela não seja usada do modo como deveria. Quando isso acontece, as gorduras são utilizadas para produção de energia. Esse processo gera corpos cetônicos, substâncias que deixam o sangue ácido. A acetona é um de três tipos de corpos cetônicos (além do acetoacetato e do beta-hidroxibutirato) e pode ser detectada no hálito. Para quem não tem diabetes, a cetoacidose pode ser sintoma da doença. Para aqueles que têm diabetes, a cetoacidose pode estar relacionada a uma dose menor de insulina do que a necessária.

“Uma vez que o paciente é diagnosticado com diabetes, ele precisa monitorar sua condição para o resto de sua vida”, diz Alexander Star, professor associado de química da Universidade de Pittsburgh e principal pesquisador do estudo. “O monitoramento atualmente é baseado na análise do sangue dos pacientes, portanto o desenvolvimento de um aparelho não invasivo, barato e simples de se usar, como um analisador de hálito, poderia mudar completamente o paradigma do automonitoramento do diabetes”.

Os nanotubos de carbono são estruturas finíssimas e prometem revolucionar várias áreas, inclusive a de diagnósticos médicos.
Os nanotubos de carbono são estruturas finíssimas e prometem revolucionar várias áreas, inclusive a de diagnósticos médicos.

Os pesquisadores utilizaram nanotubos de carbono e dióxido de titânio para construir o equipamento capaz de detectar as partículas do hálito. Após obterem resultados promissores, o sensor já está em desenvolvimento e será testado em humanos em breve.

“Nossos dados indicam uma excelente capacidade de detecção”, afirma Star. “Se esse sensor for comercializado, poderia transformar a maneira como os pacientes de diabetes monitoram seus níveis de glicose”.

 

Ricardo Aguiar é formado em Ciências Biológicas pela Unicamp e atualmente faz o curso de “Especialização em Divulgação Científica” no Laboratório de Estudos Avançados em Jornalismo (Labjor), também pela Unicamp.

 

9 Comentários

  1. Estou a caminho de descobrir se sou diabético ou não. A probabilidade de não ser é pequena, acabo de comprar um aparelho destes, caseiros e esta dando alto as três tomadas que fiz.
    Acho incrível que desde a idade média o diabetes é a doença chamada de “esposa do diabo” não tenha sido pesquisada a fim de conseguir a cura. Pensei que talvez uma maneira de aumentar a amilase do organismo fosse eficiente. Não sei.. mas os pesquisadores deveriam saber. É muito descaso, no mundo todo.

  2. Olá, Brasílio

    Infelizmente, curar o diabetes não é tarefa fácil – e, se quisermos culpar “alguém” por isso, faz mais sentido culpar a natureza complexa do nosso organismo do que falar em descaso! Há décadas, milhares de cientistas trabalham arduamente na tentativa de entender melhor a fisiologia da doença e buscando possíveis curas para ela. Muitos avanços já foram feitos – tanto que a expectativa de vida de um diabético hoje é muito maior do que há apenas duas décadas, isto sem contar a melhora na qualidade de vida. Porém, de fato, “cura” ainda não há. Acompanhe conosco as últimas novidades da Ciência aqui no Diabeticool – há sempre boas notícias para quem precisa aprender a conviver com o diabetes no dia-a-dia.

    Um abraço,
    Equipe Diabeticool

  3. Vejo que a cada dia, aparece um avanço no tratamento da Diabetes, estou muito esperançoso com o novo medicamento que aumenta a células Beta.

  4. Gostei da novidade encontrada neste site, não aquento mais tá furando os dedos é muito incomodo. Vou sempre estar olhando o site atrás de novidades. Um abraço a todos.

  5. exelentedenvolvimento fisicoquimico..tomara que de tudo certo pois realmente ,alem do custo é ás vezes até dolorido em função da quantidade de furinhos nos dedos.assim tomara que chegue logo para nós diabeticos este conforto pois os desconfortos ja estão sobrando.

  6. TENHO UM FILHO DIABÉTICO DESDE AOS 4 ANOS HOJE COM 36 E UMA FILHA TAMBÉM DIABÉTICA DESDE AOS 32 ANOS, HOJE COM 38. MEU FILHO ESTÁ NUMA CADEIRA DE RODAS DEVIDO A UM AVCH OCORRIDO EM 09/12/12.
    A ROTINA DE PICAR OS DEDOS 4 VEZES AO DIA É UMA TORTURA SOMADA A MAIS 4 DOSES DE INSULINA DIARIAMENTE.
    TOMARA QUE O NOVO MÉTODO DE DEFINIR A GLICEMIA VINGUE.

  7. SABEMOS QUE O CONHECIMENTO HUMANO É CAPAZ DE CURAR QUALQUER MAL, PORÉM A GANÂNCIA NÃO PERMITE QUE ISSO ACONTECA; CONVERSANDO COM UM POLÍTICO; ÓBVIO NÃO AMIGO, AFIRMOU CATEGORICAMENTE: NÃO HAVERÁ CURA PARA DIABETES; O SISTEMA NÃO TEM INTERESSE, O FORNECIMENTO DE MEDICAMENTOS PARA O GOVERNO MANTER A DOENÇA, ASSIM COMO OUTRAS ENFERMIDADES RENDE ENORMES LUCROS PARA TODOS, OU SEJA, GOVERNO, LABORATÓRIOS, POLÍTICOS, ETC. NEM DEUS PODE AJUDAR.

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