Home Ciência Nova estratégia terapêutica: impedir que a insulina “morra”

Nova estratégia terapêutica: impedir que a insulina “morra”

Cientistas de Harvard descobrem molécula que impede a degradação da insulina no corpo e abrem novo caminho para tratamentos do diabetes.

Descoberta possibilita à insulina (no esquema, representada no formato floral) sobreviver por mais tempo dentro do nosso corpo.

Já faz um bom tempo – desde o comecinho do século passado, para ser mais específico – que os cientistas sabem que o excesso de açúcar no sangue característico do diabetes é decorrente ou da falta de insulina no organismo ou então de um uso não eficiente do hormônio pelo corpo. Sendo assim, até hoje três abordagens distintas são utilizadas na hora de tratar o diabético: administra-se insulina através de injeções, toma-se medicamentos que estimulam a produção natural de insulina pelo corpo ou que aumentam a sensibilidade ao hormônio.

Todas estas estratégias têm o mesmo fim: manter um nível mínimo de insulina correndo em nossas veias para que a quantidade de açúcar no sangue seja controlada. Mas existe uma outra maneira de atingir este objetivo. Que tal impedir que a insulina que já existe no nosso corpo seja degradada? Isto é, o que aconteceria se os cientistas conseguissem fazer com que a insulina produzida pelo pâncreas (mesmo em pequenas quantidades) durasse por mais tempo?

Esta é a novidade que um novo e importantíssimo trabalho, publicado na famosa revista científica Nature, traz. Os pesquisadores David Liu e Alan Saghatelian, da Universidade de Harvard, nos EUA, contam como conseguiram identificar uma molécula que impede que a insulina seja degradada no organismo, fazendo com que o controle da glicemia fique ativo por mais tempo.

 

O pesquisador Alan Saghatelian foi um dos descobridores da molécula que faz a insulina natural do organismo durar por mais tempo.

IDE – A MOLÉCULA QUE “MATA” A INSULINA

Para quem está achando esta história um pouco confusa, aqui vai uma explicação. A insulina é o hormônio que ajuda a tirar o açúcar do sangue e passá-lo às nossas células, para que se transforme em energia (leia mais sobre a insulina aqui). Como toda coisa viva, uma hora a insulina “morre”. Ela é degradada por uma enzima chamada IDE.

Os cientistas de Harvard conseguiram encontrar – depois de procurar em mais de 14 mil candidatos, vale a pena dizer – uma molécula que impede a ação da IDE. Com isto, a degradação da insulina diminui e ela fica ativa por mais tempo em nosso corpo.

Testes em camundongos mostraram que a molécula que inibe a IDE mantém-se ativa no corpo e ajuda, realmente, a controlar a glicemia – um passo importante para que, no futuro, a descoberta possa se transformar em um novo medicamento antidiabético.

 

NOVO TRATAMENTO À CAMINHO?

Em entrevista à Harvard Gazette, Saghatelian contou: “O que nosso trabalho fez foi validar do conceito de que focar nesta proteína é o caminho a ser seguido”.

“Para passar desta molécula a um medicamento, existem outros fatores que precisam ser otimizados. Mas nós já cantamos a bola para que a indústria farmacêutica e outros laboratórios comecem a olhar a IDE como um alvo potencial para o tratamento do diabetes e superem os desafios que ainda existem. Nós mostramos que vale a pena olhar para isso com maior profundidade, e, com sorte, abrimos os olhos das pessoas para a IDE como sendo um alvo terapêutico válido”, completou o pesquisador.

 

1 comentário

  1. A cada dia que passa estou mais confiante que ainda verei a cura para Diabetes! qualidade de vida para todos… Viva a ciência!!!

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