Home Ciência A Teoria da Higiene e o Diabetes Tipo 1

A Teoria da Higiene e o Diabetes Tipo 1

Novo estudo demonstra que a famosa “teoria da higiene” pode ser uma explicação plausível para o surgimento do diabetes tipo 1. Entenda!

Se sujar faz bem – eis uma verdade que vai muito além do slogan publicitário!

Ninguém entende por que o sistema de defesa de algumas pessoas passa a atacar o próprio corpo. Esta é a causa das doenças autoimunes, como por exemplo o diabetes tipo 1. Neste caso, as células que deveriam proteger o organismo contra invasores externos passam a destruir as células do pâncreas que produzem a insulina, causando o diabetes. Ao longo das últimas décadas, várias teorias foram propostas tentando explicar por que motivo o sistema imune parte para o auto-ataque. Uma das hipóteses mais conceituadas é a “teoria da higiene” – a qual parece ter recebido um reforço importante na última semana.

Na reunião da Sociedade de Endocrinologia inglesa deste ano, o cientista Stephen Fava apresentou um trabalho que demonstra que há grandes chances da “teoria da higiene” ser uma explicação correta para a incidência do diabetes tipo 1. Apesar dos dados apresentados não comprovarem definitivamente que a teoria é certa, eles fornecem fortes evidências de que ela é uma explicação bastante plausível para o número cada vez maior de casos de diabetes no mundo.

 

DO QUE SE TRATA A TEORIA DA HIGIENE?

A idéia por trás da teoria da higiene é bem simples. Segundo ela, o sistema de defesa do corpo humano precisa ser estimulado desde cedo para que funcione corretamente. Este estímulo é dado quando a criança entra em contato com germes, bactérias e parasitas naturalmente presentes na Natureza.

Todavia, hoje em dia a maioria das pessoas vive em ambientes extremamente limpos e busca manter seus filhos pequenos em condições impecáveis de asseio e higiene. Por um lado, isto é ótimo, já que evita doenças e infecções desnecessárias. Por outro, tanta “higiene” pode acabar sendo prejudicial ao desenvolvimento da criança, fazendo com que ela não entre em contato com elementos nocivos à saúde e que, assim, seu sistema imune deixe de ser “treinado”. Um sistema imune que não recebeu estímulos tem mais chances de sofrer colapsos no futuro e não trabalhar direito – podendo até mesmo atacar o próprio organismo.

Entrar em contato com a natureza pode ser um caminho na prevenção de doenças autoimunes.

 

O QUE O NOVO TRABALHO CIENTÍFICO DESCOBRIU

O estudo do professor Fava, que trabalha na Universidade de Malta, descobriu que as taxas de incidência de diabetes tipo 1 são maiores em países onde a mortalidade por doenças infecciosas é baixa. Em outras palavras, quanto mais “higiênico” o país, maiores são os índices de diabetes tipo 1.

“O aumento global do diabetes tipo 1 é um fenômeno sem explicação. Muitos sugerem que a exposição – ou melhor, a falta de exposição – a doenças infecciosas durante a juventude pode estar relacionada ao desenvolvimento da autoimunidade”, explicou Fava.

“Nossos dados dão suporte à noção de que o sistema imune pode, de alguma forma, se tornar desorganizado e atacar as próprias células do corpo se ele não for treinado através da exposição regular a microorganismos – que é a chamada “teoria da higiene” “, complementou o cientista.

+ Na matéria “Prevenindo o diabetes…com vermes?“, do dia 31.12.2012, o Diabeticool conta a história da pesquisadora que, com base na teoria da higiene, sugere a ingestão de centenas de ovos de vermes a fim de prevenir o diabetes! É impressionante!

 

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado.

Veja também!

Remissão do diabetes tipo 2 é uma realidade cada vez mais frequente, afirmam entidades médicas

Um dos termos mais procurados junto com “diabetes” é “cura“. Afina…