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Saiba sua glicemia o tempo inteiro, sem picar o dedo

Tecnologia brasileira pode facilitar a vida de milhões de diabéticos através do monitoramento contínuo da glicemia.

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Tela do aplicativo Minsulin, já disponível para iOS e Android.

Você já pensou em ter um aplicativo no celular que medisse a sua glicemia a cada cinco minutos e evitasse as tradicionais e tão incômodas picadas nos dedos? Essa ideia pode se tornar realidade com a ajuda dos chamados “sensores de glicemia intersticial”. Um aplicativo brasileiro – o Minsulin – está perto de oferecer para pacientes de Diabetes Tipo 1 uma nova maneira de controlar os níveis de glicose e as doses de insulina sem a necessidade das gotinhas de sangue. Mas o que são esses sensores? Como eles funcionam? Qual o atual estágio dessas pesquisas?

Para trazer para vocês as respostas dessas perguntas e contar como funciona o Minsulin, conversei com o criador – o endocrinologista Fábio Copette. Por enquanto, o aplicativo está disponível para o sistema iOS, de iPhones, iPads e iPods touch, mas em breve ganhará versões para o sistema Android e Windows Phone. Segundo Copette, os sensores Minsulin, que em conjunto com o aplicativo permitirão a medida da glicemia sem as picadas no dedo, chegarão ao mercado dentro de 1 a 2 anos.

 

O QUE SÃO E COMO FUNCIONAM ESSES SENSORES?

Antes de mais nada, o que é um sensor de glicemia intersticial? Não se assuste com o termo complicado – ele tem esse nome porque é colocado em um espaço entre as células da nossa pele chamado de espaço intersticial. Isso é feito através de uma agulha guia, que tem um tamanho semelhante às agulhas de aplicação de insulina – a sensação, portanto, será bastante parecida com a de uma tradicional picada para aplicar insulina.

O sensor – abaixo da pele – será conectado a um transmissor acima da pele, fixado por meio de material adesivo. Com o sensor medindo a glicemia e o transmissor enviando as informações, de forma wireless, para o smartphone com o aplicativo instalado, o paciente de diabetes poderá acompanhar seus níveis de glicose no sangue praticamente em tempo real.

sensor minsulin diabetes
Esquema do transmissor Minsulin, que tem um
tamanho aproximado de uma moeda de 1 real.

“O sensor medirá a glicemia e enviará a informação para o smartphone a cada 5 minutos – serão 288 medidas por dia”, diz Copette. “Estas informações serão utilizadas para o cálculo da dose de insulina e posteriormente analisadas via gráficos para ajustes. O grande efeito no tratamento do Diabetes Tipo 1 é que não haverá a necessidade de automonitorização dos pacientes com picadas na ponta do dedo 4, 5 ou mais vezes ao dia”.

O sensor, contudo, precisará ser trocado a cada 5 ou 7 dias para evitar contaminação. Essa troca poderá ser feita pelo próprio paciente, através de um aplicador próprio. Já o transmissor poderá ser facilmente desacoplado para recarga de bateria quando necessário.

 

MINSULIN – AS FUNÇÕES E O DIFERENCIAL DO APLICATIVO

“Existem alguns aplicativos com finalidades semelhantes, no entanto o nosso é único em uma série de itens”, diz Copette. Hoje, ainda sem o sensor, o aplicativo ajuda os pacientes de diabetes a ajustar as doses de insulina aplicadas antes das refeições se baseando em quantidades de carboidratos. Os principais diferenciais do Minsulin, segundo Copette, estão relacionados a possibilidades de customização e interatividade do aplicativo. “Ele é capaz de responder de forma individualizada e específica conforme os dados que você inserir”, fala Copette. “O ajuste dos fatores de correção para glicemia e quantidade de carboidratos ingeridos, por exemplo, pode ser feito de forma individualizada”.

O aplicativo também pode salvar informações sobre refeições feitas, para que os próximos cálculos se tornem mais rápidos, e ajustar a dose de insulina conforme a intensidade de atividades físicas que forem praticadas. Além disso, seus usuários também podem consultar valores nutricionais de diversos alimentos.“O Minsulin possui a maior tabela de alimentos com informações de carboidratos do Brasil, disponíveis em porções caseiras e industrializadas”, diz Copette. “Ela pode ser modificada pelo usuário e é atualizada periodicamente por uma ferramenta própria para edição e inclusão de alimentos. Quem quiser, poderá solicitar novos alimentos caso não os encontre”.

O aplicativo é gratuito e pode ser baixado clicando aqui.

É sempre importante ressaltar que aplicativos como o Minsulin podem facilitar a vida de pacientes de diabetes, mas não substituem consultas a um médico. “O Minsulin sugere a consulta de um endocrinologista antes de utilizar o aplicativo pela primeira vez”, diz Copette. “O objetivo não é substituir a consulta presencial, mas sim oferecer ao paciente e ao seu médico uma ferramenta poderosa no controle e tratamento do Diabetes Tipo 1”.

 

ricardo schinaider de aguiar perfil diabeticoolRicardo Aguiar é biólogo e especialista em divulgação científica (ambos pela UNICAMP) e colabora com o Diabeticool trazendo para a gente as últimas e mais empolgantes novidades da Ciência relacionadas ao diabetes e a um estilo de vida saudável.

 

 

5 Comentários

  1. Eu tenho diabetes a quase um ano ,porem eu ainda não sei como lidar com esse problema.tenho 18 anos e estar sendo muito difícil, espero ter uma vida normal um dia. Preciso da cura urgente, eu quero viver.

  2. Ola Jessica, descobri o Diabetes a 4 anos, hoje tenho 22 anos, sei que é difícil, ainda mais para nos jovens. Mas se quiser saber algo que tenha duvida ou simplesmente quiser ajuda, estou a disposição.

  3. Oi Jessica! Tudo bem? Lamento por sua dificuldade em viver com o Diabetes, mas é questão de tempo para se adaptar. Vá com calma. Eu sou diabético há 30 anos e não tenho nenhuma complicação, Graças a Deus, meus pais e a um bom controle.

    Atualmente é muito mais fácil controlar a glicemia, pois existe farta alimentação, inúmeros tipos de insulina e aparelhos que nos auxiliam, além de muita informação na Internet. Isso não existia há 30 anos! Pense na dificuldade que foi….

    Nos dias de hoje os diabéticos podem viver sem limitações, como pessoas “normais” que produzem insulina. Certamente você encontrará a melhor forma de controlar sua glicemia e verá que “esse drama todo” é apenas uma fase.

    Tenho certeza que você viverá muito, até ficar bem velhinha! (a menos que não queira se cuidar :()

    Abraços,
    Rodrigo.

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