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Transplante de células saudáveis é realizado com sucesso

Células do pâncreas protegidas por “cápsula” são transplantadas pela primeira vez em um humano. Esperança é de tratamento definitivo para o diabetes tipo 1.

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Michael Scott, vice-presidente da ViaCyte, segura um exemplar da cápsula que contém células pancreáticas.

Um marco na história da luta contra o diabetes pode ter sido conquistado hoje, 30 de outubro. A Universidade da Califórnia, nos EUA, anunciou o primeiro transplante em humano da cápsula VC-01, contendo células pancreáticas saudáveis e funcionais. A esperança é que estas células transplantadas possam trabalhar como se fossem células naturais do paciente, controlando a glicemia sem a necessidade de qualquer medicamento.

O Diabeticool publicou no dia 28 de agosto uma matéria que explica em detalhes o que é a cápsula e como ela funciona. LEIA AQUI a reportagem “Aprovado Transplante Revolucionário para Diabetes Tipo 1

O dispositivo é esperado com ansiedade pela comunidade diabética, já tendo sido apelidado de “cura do diabetes tipo 1”.

 

COMO FUNCIONA?

Uma das características fundamentais do diabetes tipo 1 é a falta de produção de insulina pelo corpo. Isto acontece porque as células responsáveis por produzir o hormônio (as células beta) são destruídas pelo próprio sistema de defesa da pessoa. Assim, o diabético passa a depender de injeções constantes de insulina a fim de manter os níveis de açúcar do sangue em valores adequados.

O VC-01 promete resolver estes problemas. Células do pâncreas saudáveis (isto é, produtoras de insulina e de demais hormônios necessários ao corpo), derivadas de células-tronco, são inseridas em uma pequena “cápsula”, do tamanho de um band-aid. A cápsula protege as novas células contra o ataque do sistema imune, mas permite a passagem de nutrientes e oxigênio, para que sobrevivam.

Assim, as células transplantadas são capazes de liberar insulina na corrente sangüínea na quantidade exata, sem sofrer danos durante o processo.

Se tudo der certo, a glicemia poderá ser controlada a partir de dentro do próprio corpo.

 

E DÁ CERTO? QUANDO CHEGA?

Testes prévios em animais mostraram resultados positivos no controle da glicemia, incluindo diminuição no número de episódios de hipoglicemias. Em agosto, conforme o Diabeticool noticiou, o governo norte-americano aprovou o teste do dispositivo em humanos.

O primeiro transplante foi feito agora, e novos são planejados para os próximos meses. Os voluntários selecionados seguirão em avaliação médica durante os próximos dois anos. Neste tempo, a viabilidade e efetividade do novo método como tratamento do diabetes (em especial do tipo 1) serão testadas. Enquanto isso, milhões de pessoas no mundo inteiro aguardarão ansiosas pelos resultados (fique ligado aqui no site para saber todas as novidades sobre o transplante!).

“Tratar o primeiro paciente com nosso produto de substituição de células pancreáticas é um passo importante na jornada rumo à transformação do jeito como os pacientes com diabetes tipo 1 lidam com a doença”, disse o dr. Paul Laikind, presidente da empresa ViaCyte, desenvolvedora das cápsulas.

 

8 Comentários

  1. Oi, Letícia, tudo bem?

    O transplante ocorreu no final de Outubro e, até agora, não há novidades quanto aos progressos do paciente. O que é normal, porque é necessário um tempinho até o corpo “se acostumar” às novas células e o controle da glicemia poder ser testado com confiança.

    Estamos de olho nas novidades deste transplante. Assim que novas notícias surgirem, você as encontrará primeiro aqui, no Diabeticool 🙂

    Um abração,

  2. Não existe possibilidade alguma desse processo dar certo também para diabéticos tipo 2, estimulando o organismo na liberação de mais insulina? abraço!

  3. Olá, Fernanda! Tudo bem?

    O caso do diabetes tipo 2 é complicado. Na maior parte das vezes, o organismo tem dificuldades em assimilar a ação da insulina (a chamada “resistência à insulina”), e daí a glicemia aumenta. Sendo assim, de pouco adiantaria aumentar o número de células beta funcionais, uma vez que o problema está na utilização do hormônio, não em sua produção…

    Mas, é claro, existem casos de diabetes tipo 2 (especialmente se a pessoa tiver a doença há mais tempo) em que a produção de insulina pelas células beta é debilitada, então o transplante poderia ter um efeito benéfico.

    Por enquanto, os testes estão sendo conduzidos somente em diabéticos tipo 1, já que, neste caso, o número de células beta funcionais é progressivamente reduzido. Não tenha dúvida que, dando certo os transplantes, em breve surgirá uma solução para o diabetes tipo 2 também!

    Um abraço,

  4. Boa tarde, estou bastante interessada neste tratamento. Mas mantenho-me com uma dúvida… Porque é que as células tronco dentro da cápsula não se irão diferenciar em células beta não produtoras de insulina? Como se ultrapassa este problema? Aguardo esclarecimentos e, desde já, obrigada .

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