O que é diabetes?

Hoje em dia, o número de pessoas que convivem com o diabetes está cada vez maior. Talvez você, leitor, seja uma delas; se não for, certamente conhece alguém que convive com essa condição.

Junto ao diabetes sempre vêm muitas dúvidas. Afinal de contas, diabetes é uma doença realmente difícil de entender, por envolver órgãos, funções do corpo e termos desconhecidos pela maior parte da população. Quando começamos a estudar um pouquinho o diabetes, não é incomum nos sentirmos ‘perdidos’ em meio a tantas palavras ‘estranhas’, como ‘glicemia‘, ‘células beta‘ e ‘hemoglobina glicada‘!

Assim, criamos estas páginas especiais com definições simples – porém cientificamente corretas – sobre o que é o diabetes. A ideia é fornecer informação precisa, mas de um jeito fácil de compreender. Além disso, você encontrará links para materiais suplementares, que ajudarão você a entender mais a fundo o assunto!

Antes de mais nada, vamos começar com uma definição…

 

Uma definição simples para o diabetes

Diabetes significa ter mais açúcar no sangue do que o normal.

Mas o que isso quer dizer? Vamos explicar…

Nosso corpo precisa de energia para funcionar. Essa energia é fornecida pelos açúcares que comemos.

Após cada refeição, os açúcares presentes nos alimentos são digeridos pelo corpo e, eventualmente, caem na corrente sangüínea. A partir daí, o sangue passa a distribuí-los por todo o organismo. Dá para imaginar que o esquema funciona assim: seu músculo do braço, por exemplo, precisa de energia para se movimentar; então, as células musculares captam os açúcares do sangue ao redor, se “alimentam” e podem, daí, exercer sua função.

Sabendo disso, já podemos introduzir um termo que você precisa conhecer: a glicemia.

Glicemia nada mais é que a quantidade de açúcar na corrente sanguínea em um determinado momento.

Os açúcares são, portanto, o ‘combustível’ do nosso corpo. Esse combustível está em fluxo contínuo no sangue, e é ‘captado’ nos locais em que as células precisam de energia.

Acontece que o açúcar no sangue não consegue passar diretamente para as células “esfomeadas” do nosso organismo.

Para que os açúcares consigam penetrar nas células “esfomeadas”, é fundamental a presença de um hormônio chamado insulina. A insulina é como um garçom, que “serve” os açúcares do sangue para as células que precisam de energia.

 

E o que tem o diabetes a ver com essa história?

Normalmente, o corpo produz quantidades suficientes de insulina. Dessa forma, o açúcar da corrente sangüínea consegue passar para as células do corpo todo que precisam de energia.

Porém, às vezes acontece do corpo não produzir insulina o suficiente. Nesses casos, as células esfomeadas querem energia, o açúcar está passando no sangue pertinho delas, porém não há “garçom” para servir esse açúcar a elas. Dá pra imaginar o que acontece: as células não recebem energia suficiente e, além disso, o açúcar vai se acumulando no sangue, já que não está sendo servido como fonte de energia. E, como sabemos, mais açúcar no sangue do que o normal = diabetes!

Outra coisa pode dar muito errado. Geralmente as células esfomeadas se dão super bem com a insulina (o “garçom” delas!). Mas pode acontecer da insulina e as células não se entenderem direito. O corpo está produzindo quantidades suficientes de insulina, porém, como há um “desentendimento” entre ela e as células que precisam de energia, o açúcar não é servido da maneira adequada. Assim como no exemplo anterior, o açúcar vai se acumulando no sangue e isso nada mais é do que o diabetes.

Ou seja, há mais de um motivo pelo qual o açúcar se acumula no sangue. E é justamente por isso que existe mais de um tipo de diabetes!

Veja aqui as diferenças entre diabetes tipo 1 e tipo 2, o que é o pré-diabetes e o que é o diabetes gestacional. O fator em comum entre eles é a quantidade anormal de açúcar na corrente sangüínea.

 

Qual o problema em ter açúcar em excesso no sangue?

Como tudo que foge da normalidade no corpo, o excesso de açúcar na corrente sanguínea gera efeitos bastantes negativos quando isso não cuidado da maneira correta. Veja aqui o pode acontecer no organismo com diabetes.

Será que é possível prevenir o aparecimento do diabetes? Conheça a resposta nas nossas páginas especiais sobre diabetes tipo 1 e diabetes tipo 2!

Hoje, quase 10% da população mundial têm diabetes. São mais de 370 milhões de diabéticos no planeta, 12 milhões só no Brasil (ou mais ou menos 6% da população). Aqui no país, a incidência é um pouquinho maior entre as mulheres (6% das brasileiras têm diabetes, em comparação a 5,2% dos brasileiros) e cresce bastante conforme a idade. Só 0,6% da população entre 18-24 anos têm diabetes, número que sobe para +21% entre pessoas de 65 anos ou mais. Outro dado interessante: quanto maior a escolaridade, menor a incidência do diabetes. Apenas 3,7% dos brasileiros com 12 anos ou mais de estudos têm diabetes; porém, 7,5% daqueles que estudaram de 0 a 8 anos possuem a condição.

 

E o que causa o diabetes? Por que tanta gente tem diabetes?

Entenda aqui.

 

Por fim, as perguntas que não querem calar…

O diabetes tem cura? Como fazer para controlar a doença?

A “cura” para o diabetes é um tema complicado. Para quem tem diabetes tipo 1, ainda não é possível curar-se completamente. Há casos, sim, de pessoas que desenvolveram diabetes tipo 2 ao longo da vida e que conseguiram fazer com que a doença regredisse. Isto foi alcançado por meio de muito exercício físico, perda de peso e adoção de uma alimentação saudável. Vale notar que, no geral, estas pessoas que “se curaram” eram muito obesas, e a perda de peso aliada à boa alimentação fez com que sua glicemia voltasse ao normal.

Apesar de ainda não haver um método 100% eficiente para se curar o diabetes, pode-se dizer com toda a certeza que as chances de cura – ou pelo menos melhora – aumentam em muito se o paciente for fisicamente ativo, manter-se com peso normal e seguir uma dieta bem regrada e balanceada, além de seguir sempre as orientações médicas.

E, sejamos sinceros, o diabetes bem cuidado – isto é, quando a pessoa com diabetes mantém a glicemia sempre sob controle – é uma outra maneira de “curar” a doença, evitando que seus sintomas ruins se manifestem!