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Volta a faltar kits para controle do diabetes em Sorocaba

Os pacientes reclamam que os kits chegam incompletos. A DRS nega o problema.

Pacientes de diabetes de Sorocaba (SP) reclamam da falta de kits para o controle da doença. Tento no material fornecido pela prefeitura quanto pelo estado. O problema tem preocupado quem precisa do acompanhamento diário, já que a ausência desse material é um risco para a saúde.

Lorrayne tem 24 anos e convive com o diabetes desde os 5 anos de idade. Para manter os níveis de insulina no sangue normais, ela usa uma bomba que fica acoplada ao corpo e libera o medicamento automaticamente. Mas o aparelho precisa de vários componentes que nem sempre são adquiridos com facilidade. Ela ganhou na Justiça o direito de receber o kit completo do governo do estado. Os materiais são distribuídos pela Diretoria Regional de Saúde (DRS).

O pai, que acompanha o tratamento da filha, conta que na hora de buscar o kit sempre falta algum componente. “Uma vez falta insulina, outra vez falta cateter, outra vez falta reservatório e nessa ida e vinda no DRS minha filha já teve várias internações, várias entradas em UTI por falta de medicamento. Ela corre um sério risco de vida”, conta Osley Antônio Nunes, aposentado.

O kit para a bomba de insulina é composto por cateter, reservatório, tiras, lancetas, além do medicamento. Na falta dos componentes, Lorrayne precisa contar com a solidariedade dos amigos. “Eu tenho a fã page e a gente se ajuda. Um empresta insulina, outro empresta o cateter, outro empresta o reservatório e assim vai”, diz Lorrayne Nunes, estudante.

É por uma rede de colaboração que os pacientes diabéticos conseguem manter o tratamento. Na Associação de Diabetes de Sorocaba, a família de Nicole, de 7 anos, também procura ajuda. A menina desenvolveu a doença aos 4 anos. Desde então, faz o tratamento com um tipo específico de insulina. A prescrição foi feita pelo médico e a menina também tem o direito de pegar o medicamento de graça na DRS. Mas desde o início do ano, a paciente está sem receber as doses. “Para eu conseguir essa insulina ela tem que ter uma glicemia menos que 50, o que pode ocorrer uma hipoglicemia. Tem os riscos como ela pode desmaiar, entrar em coma. Precisa de uma crise para eu poder entrar com uma ação para eu conseguir a insulina”, comenta a mãe Cecília Viviane Venzel.

A insulina distribuída pelo Sistema Único de Saúde é a NPH, mais barata que as análogas disponíveis no mercado. A administradora da Associação explica que o tempo de ação dos tipos também é diferente. “Uma análoga hoje tem duração de 24 horas de duração e uma NPH do Sus tem oito horas. Então, uma análoga ela toma duas vezes por dia e a NPH do Sus, ela tem que tomar três vezes por dia e com as análogas ela não corre o risco de hipoglicemia. Então para as crianças são insulinas melhores, a qualidade de vida da criança vai ser melhor”, Eliete Venturine Ferreira.

O Tem Notícias acompanha o drama dessas famílias desde maio deste ano. Na época, a Diretoria Regional de Saúde prometeu que resolveria o problema e que todos os pacientes receberiam os componentes para o tratamento conforme as decisões judiciais, mas não foi o que aconteceu.

Os diabéticos cadastrados no programa Hiperdia, do Sus, também estão tendo problemas. O programa garante gratuitamente as agulhas, fitas e lancetas para os testes diários de glicemia. Os materiais são retirados nos pontos de saúde. Mas os pacientes reclamam que não estão recebendo a quantidade correta dos componentes para fazer o tratamento.

É o que está acontecendo com a assistente administrativo Érica Costa Silva. Ela precisa de 120 fitas e lancetas por mês para conseguir medir o nível de insulina no sangue várias vezes ao dia. Porém ela conta que há algum tempo tem recebido menos da metade desse número. “No início era perfeito, todo o mês eu pegava as quantidades necessárias que eu precisava para o tratamento. De um ano pra cá sempre falta. Toda a vez que eu vou lá está em falta”.

A prefeitura de Sorocaba explicou que a falta de lancetas na unidade básica de saúde do Cerrado ocorreu porque um lote veio com embalagem avariada e que o problema será solucionado ainda nesta sexta-feira (11).

Já a Diretoria Regional de Saúde disse que não procede a informação da falta de insulinas, nem de outros materiais. No caso da Lorrayne, a explicação é de que houve um aumento de demanda pela bomba de insulina e, por isso, o material atrasou. Ainda segundo a DRS, a bomba está disponível desde o início de outubro e o pai dela foi avisado.

Sobre o caso da Nicole, a informação é de que não há falta dos medicamentos ou materiais dos quais ela precisa.

Fonte: Portal G1 (vídeo sobre o caso no link ao lado)

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