Home Ciência Remédio para diabetes surpreende e melhora a memória e o aprendizado

Remédio para diabetes surpreende e melhora a memória e o aprendizado

Medicamento utilizado para curar a resistência à insulina em diabéticos aumentou as habilidades cognitivas de pessoas com Alzheimer, de acordo com novo estudo.

Quando pesquisadores da Universidade do Texas, nos EUA, começaram a tratar camundongos que tinham Alzheimer com um medicamento para diabéticos, mal sabiam eles que a experiência daria tão certo. Surpreendendo os cientistas, os animais mostraram uma enorme melhora em processos cerebrais e cognitivos – e ainda, como bônus, a resistência à insulina foi devidamente controlada! A descoberta abre portas para novos tratamentos para quem sofre de Alzheimer.

A relação entre Alzheimer e diabetes

Durante este ano de 2012, diversas pesquisas médicas foram publicadas que sugerem uma forte ligação entre Alzheimer e diabetes. O elo entre as duas condições estaria na resistência à insulina, ou seja, na menor capacidade das células cerebrais de utilizar a insulina da corrente sangüínea como mediadora de sua “alimentação” (com glicose). Evidências apontam que a resistência à insulina pode ser um indicador precoce de Alzheimer. Assim, é fundamental que diabéticos tratem corretamente e com carinho a sua condição, evitando maiores problemas no futuro.

A pesquisa texana administrou aos camundongos a droga rosiglitazona, uma substância bastante polêmica. Vendida durante vários anos como remédio de controle de diabetes (sob o nome comercial de Avandia), foi proibida aqui no Brasil em 2010, devido a riscos cardiovasculares em humanos. O medicamento combate a resistência à insulina ao tornar as células mais sensíveis à atividade da molécula. Portanto, o primeiro intuito do estudo americano foi controlar a resistência à insulina em camundongos com Alzheimer. Os ótimos resultados cognitivos apresentados foram um fortuito acaso.

Fortalecendo o cérebro com a rosiglitazona.

Os cientistas acreditam que a rosiglitazona teve uma influência benéfica na atividade de uma proteína chamada ERK. Em pessoas e camundongos com Alzheimer, a ERK se torna superativa, e esta atividade aumentada compromete a comunicação entre as células do cérebro. Isto resulta em danos à memória e ao aprendizado.

“O uso deste medicamento aparentemente restaura a sinalização neuronal necessária a um funcionamento cognitivo adequado”, disse o principal autor do estudo, professor Larry Denner. “Isto nos dá a oportunidade de testar várias drogas já aprovadas a fim de normalizar a resistência à insulina em pacientes com Alzheimer e, possivelmente, também melhorar a memória. Além disso, a descoberta pode ser uma ferramenta notável a ser usada em modelos animais para entender os mecanismos moleculares subjacentes aos problemas cognitivos do Alzheimer”, completou o pesquisador.

O trabalho foi publicado no periódico Journal of Neuroscience deste mês.

 

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