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Quem deve pagar pelo tratamento de diabetes?

Estudo afirma que empregadores que pagam mais benefícios para diabéticos acabam economizando dinheiro.

Em tempos de crises econômicas globais, o tema “saúde” sempre vem à tona. O Diabeticool já noticiou, por exemplo, os problemas enfrentados por diabéticos em países como a Espanha e a Inglaterra, que por causa de seus problemas econômicos deixaram de fornecer medicamentos com a mesma “generosidade” de antigamente.

+ Relembre aqui os problemas dos diabéticos na Espanha e na Inglaterra.

Além do serviço público de saúde, as questões econômicas influenciam também a iniciativa privada. Empresas de todo o mundo lutam para equilibrar o orçamento enquanto fornecem benefícios, como planos de saúde corporativos, a seus funcionários. Nos EUA, novas propostas do governo irão garantir aos trabalhadores uma série de benesses à sua saúde; porém, os custos para os empregadores e planos de saúde aumentarão bastante, o que pode prejudicar a economia – e, assim, os próprios trabalhadores – no futuro.

A grande questão é como equilibrar os custos com a saúde em uma realidade de turbulência econômica e corte de gastos. Quando surgem neste contexto, estudos científicos como o apresentado nas próximas linhas podem ajudar a fornecer uma resposta.

 

Quando o custo mensal do diabético chega a R$0

Uma equipe de cientistas norte-americanos, liderados pelo doutor Daniel Elliot, do Jefferson Medical College, na Pensilvânia, comparou a eficiência dos tratamentos de saúde para diabetes quando o empregador ou plano de saúde pagava de maneira integral pelos remédios dos funcionários e quando ambos, empregador e empregado, contribuíam com a fatura. A idéia de estudar o diabetes decorreu de vários fatos, como a alta prevalência da doença na comunidade e a percepção de que o diabetes causa altos índices de faltas e menor produtividade. Além disso, é sabido que pelo menos 1 de cada 10 dólares gastos com saúde nos EUA vão para o tratamento do diabetes.

Nos EUA, os planos de saúde corporativos costumam cobrir parte do custo dos medicamentos. Para pacientes com diabetes, isto significa um grande alívio para o bolso, já que eles precisam comprar mensalmente remédios, itens de dieta, seringas, monitores de glicemia, dentre outros e caros artigos. O estudo do dr. Elliot acompanhou o que acontecia quando este esquema de co-pagamento era abolido e o empregador pagava 100% dos custos dos medicamentos.

Seriam os resultados surpreendentes ou…óbvios? 89% dos pacientes envolvidos disseram que o programa ajudou-os a melhor controlar o diabetes. Dados mostram que os envolvidos diminuíram seus custos mensais com a doença e tiveram melhor aderência aos tratamentos e medicamentos. As taxas de satisfação com o programa foram altíssimas.

E os empregadores, ficariam eles satisfeitos em pagar 100% do custo dos remédios de seus funcionários? A pesquisa indica que sim, posto que a melhor aderência aos tratamentos evita problemas de saúde mais graves no futuro, como doenças renais e cardiovasculares, e melhora a qualidade de vida imediata dos diabéticos. Segundo os autores do trabalho, os empregadores economizariam dinheiro ao pagar mais hoje e menos amanhã.

A pesquisa foi publicada na revista científica Population Health Management e pode ser lido na íntegra aqui (em inglês).

Vale lembrar que a discussão sobre planos de saúde continua a todo o vapor nos Estados Unidos, polarizando parte da população e dos políticos. Muita gente argumenta que obrigar empresas a fornecer tratamentos de graça aos funcionários é apenas uma medida populista do governo e que, eventualmente, quebrará a economia. Outros tantos defendem com veemência as propostas do governo, citando os direitos dos trabalhadores. Este contexto é importante a fim de avaliar com bom senso as conclusões deste presente estudo.

1 comentário

  1. Eu ácho que essa iniciativa devia tambem vir para PORTUGAL ao preço que se pagão os nossos medicamentos porque não uma ajuda de nossos patrões. É uma ideia boa

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