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Pés diabéticos e o perigo de ficar em casa

Pacientes diabéticos com problemas nos pés costumam deixar de lado os cuidados quando chegam em casa, o que eleva riscos para a saúde, aponta pesquisa.

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Qual a primeira coisa que você faz quando chega em casa? Para muitas pessoas, o primeiro ato de liberdade doméstica é “tirar os sapatos”. E é aí que mora o perigo para muitos diabéticos, de acordo com uma nova pesquisa holandesa.

Preocupados com os altos índices de problemas nos pés que os diabéticos costumam ter, pesquisadores da Universidade de Amsterdã decidiram estudar quanto tempo uma pessoa com diabetes passava por dia com sapatos ortopédicos. Os resultados do estudo indicam que a mania de retirar os sapatos em casa é mais comum do que se imaginava, e que pode representar um grave perigo à saúde de quem sofre de pé diabético.

 

Entendendo o pé diabético

“Pé diabético” é um termo genérico que abrange uma gama de sintomas comuns em quem tem diabetes durante muitos anos, entre eles úlceras e infecções. Devido às limitações na cicatrização e aos problemas de circulação decorrentes do diabetes, qualquer ferida ou machucado nos pés, por menor que seja, pode evoluir para quadros gravíssimos. Problemas nos pés de diabéticos são tão comuns que a doença é a principal causa de amputações de membros inferiores no mundo.

É sempre importante lembrar que, apesar de muito sérios, os sintomas do pé diabético podem ser prevenidos de maneiras bem simples. O primeiro passo é cuidar da glicemia com diligência. O segundo é seguir uma rotina de exames minuciosos nos pés, percebendo desde cedo qualquer alteração ou fator estranho, de preferência com orientação médica. O terceiro é manter uma higiene impecável e cuidar do conforto dos pés, se possível utilizando palmilhas ortopédicas. Foi neste terceiro ponto que os cientistas holandeses focaram seus estudos.

 

Uma pesquisa espertinha

sapato close diabetesOs calçados ortopédicos voltados para os diabéticos são forrados com palmilhas especiais, as quais diminuem a pressão nos pés. Com isto, facilitam o fluxo de sangue e aumentam a sensibilidade no local, fatores importantes na prevenção de machucados. Por isto, são muito indicados aos pacientes com diabetes, especialmente aos mais velhos, que naturalmente apresentam má circulação.

Para averiguar o uso dos calçados ortopédicos, os pesquisadores distribuíram aos voluntários sensores de calor, usados dentro dos sapatos, além de tornozeleiras que mediam os passos dados. Os participantes tinham de manter um diário, no qual relatavam as horas do dia que estiveram em casa e quando saíram. A pesquisa acompanhou a rotina dos pacientes durante duas semanas.

Para que os resultados fossem realistas, os cientistas disseram que estavam medindo a temperatura nos pés, e não a freqüência no uso do calçado.

 

Os resultados e a opinião dos especialistas

Em média, os pacientes deram 2600 passos fora de casa e 4000 passos dentro dela. A maior parte dos 107 voluntários era de homens aposentados, o que pode explicar o maior tempo dentro do lar.

Quando estavam na rua, os pacientes andaram 87% dos seus passos com os sapatos ortopédicos. Porém, dentro de casa, apenas 39% dos passos medidos foram feitos com os calçados. Levando-se em conta que os voluntários permaneciam mais dentro de casa do que fora, a pesquisa indica que em pelo menos um terço dos passos dados pelos diabéticos durante o dia eles não usavam o calçado especial.

“Os pacientes geralmente pensam que ele têm de usar os sapatos quando saem de casa, mesmo que o médico lhes diga para usar os sapatos especiais tanto quanto possível”, disse Sicco Bus, pesquisador do Centro Médico Acadêmico da Universidade de Amsterdã.

Eu entendo muito bem o porquê dos pacientes tiraram os sapatos quando chegam em casa, porque eu faço exatamente a mesma coisa“, conta Bus. “Esses sapatos são bem pesados.”

Então, como estimular o uso dos sapatos e palmilhas ortopédicas dentro de casa, algo que seria muito benéfico à saúde dos diabéticos? Bus e sua equipe estudarão se tecnologias que ajudam o paciente a se lembrar que tem de vestir os sapatos ortopédicos – como por exemplo aparelhos inseridos nos calçados que emitem sinais sonoros – podem ser de alguma valia.

Além disso, eles dão uma dica: tenha em casa um par de sapatos ou de sandálias ortopédicas para usar apenas ali. Caso eles sejam mais confortáveis que os sapatos ortopédicos “de sair”, não há motivo para não utilizá-los.

E lembramos que palmilhas ortopédicas pré-fabricadas, bem mais baratas, são tão boas quanto as feitas sob medida, de acordo com uma recente pesquisa – leia na matéria “Neuropatia, palmilhas e os pés dos diabéticos“!

 

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3 Comentários

  1. meu marindo e diabetico e esta muito preocupado com ous peis dele ele esta com neuropatia e precisa de uma sandalia especil comu faso pra compra essa sandalia não tenho emdereso da loja

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