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Nem todo mundo é igual na hora de calcular o peso

Órgão europeu defende que cálculo do IMC deve variar de acordo com a etnia da pessoa, o que ajudaria a prevenir novos casos de diabetes tipo 2.

Você está em risco de desenvolver o diabetes? A resposta pode estar na sua descendência.

O diabetes não diferencia gênero (tanto homens quanto mulheres podem desenvolver a doença com a mesma probabilidade), idade, orientação sexual ou tamanho da conta bancária. Porém, a doença exibe significativas diferenças entre etnias diversas. Pessoas de descendência asiática, africana, caribenha ou do Oriente Médio apresentam chances até 6 vezes maiores de desenvolver diabetes tipo 2 e demais complicações decorrentes do sobrepeso. Para elas, novos e diferenciados critérios devem ser criados a fim de que estejam alertas sobre os perigos de estar acima do peso normal.

Esta é a conclusão de um estudo do National Institute for Health and Care Excellence (NICE), órgão do sistema de saúde inglês que emite análises sobre a saúde da população.

 

FUGINDO DOS PADRÕES DO ÍNDICE DE MASSA CORPORAL

De acordo com os especialistas do NICE, os valores de Índice de Massa Corporal (IMC) – medida tradicionalmente utilizada para definir quem está acima ou abaixo do peso – considerados “normais” não devem ser os mesmos entre pessoas de descendência européia e de outras etnias.

No modelo tradicional, qualquer pessoa é considerada “acima do peso” se tiver um IMC entre 25 e 29.9. Valores acima disto indicam obesidade. A faixa de peso “normal” é de 18.5 a 24.9.

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A sugestão do NICE é que, para os grupos étnicos citados no primeiro parágrafo, o valor do IMC relacionado ao sobrepeso deve ser 23 (ao invés do tradicional 25). O valor para “obesidade” também deve ficar mais estrito: dos atuais 30 passaria para 27.5.

 

POR QUE AS ETNIAS DEVEM SEGUIR VALORES DE IMC DIFERENTES?

O professor Mike Kelly, diretor do NICE, explicou: “O diabetes tipo 2, doenças cardíacas e derrames são condições que colocam a vida em risco, as quais as pessoas de descendência africana, caribenha e asiática têm probabilidades maiores de contrair do que a população no geral. As pessoas de tais descendências não apenas têm 6 vezes mais chances de desenvolver diabetes tipo 2, elas também possuem chances 50% maiores de morrer vítimas de doenças cardiovasculares e sofrem destas condições em idades mais jovens”.

Sabendo que diabetes tipo 2, doenças cardiovasculares e derrames estão intimamente ligadas ao sobrepeso e à obesidade, o NICE refez os cálculos do IMC considerados “de risco” para estas populações e, por isto, aconselha agora que estes grupos étnicos sejam considerados “acima do peso” a partir de um valor de IMC menor que o tradicional.

O relatório do NICE afirma que, caso a mudança nos valores de IMC sugeridas sejam aceitas, o sistema de saúde do Reino Unido economizará até R$52 bilhões anuais ao prevenir o desenvolvimento do diabetes tipo 2.

 

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