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Diabetes ou câncer: qual tratar primeiro?

Pesquisa aponta que diabéticos tipo 2 diagnosticados com câncer se esquecem de cuidar do diabetes, o que piora profundamente sua saúde e abala o sistema imune. O câncer agradece.

Ouvir certas coisas dos médicos nunca é fácil. Todavia, é fundamental manter a cabeça fria e ouvir os bons conselhos que ele tem a dar, caso queira se manter saudável.

Receber a notícia de que se está com diabetes já não é agradável. Saber que tem diabetes tipo 2 e, ainda por cima, ser diagnosticado com câncer é mais difícil ainda. O paciente costuma, na maior parte das vezes, se esquecer completamente do diabetes e focar o tratamento e suas energias apenas no câncer. O problema é que esta atitude é extremamente danosa à saúde. Nestes casos, é mais fácil a pessoa falecer em decorrência do diabetes mal cuidado do que do câncer. Esta é a conclusão de um novo estudo realizado por pesquisadores da Universidade Northwestern, nos EUA.

“Pessoas com diabetes escutam “câncer” e eles acham que isto é uma sentença de morte, então quem liga para o diabetes numa situação dessas?”, pergunta, enfática, a doutora June McKoy, diretora de oncologia geriátrica na Universidade e uma das autoras do trabalho. “Porém, se elas não tomarem cuidado, é o diabetes que as levará deste mundo, não o câncer. É por isso que educação é tão importante quando ele surge. Os pacientes têm que cuidar de ambas as doenças.”, explica, de maneira peculiar, a especialista.

O bonito campus da Northwestern University, em Illinois, EUA.

O fato é que diabéticos tipo 2 são mais propensos a adquirir certos tipos de câncer do que o restante da população, especialmente se o diabetes for tratado com desleixo. Dentre estes, estão o câncer de fígado, pâncreas, cólon, mama, bexiga e endométrio. Apesar do motivo pelo qual esta incidência ser maior ainda não estar completamente compreendido, é sabido que o diabetes tipo 2 compromete o sistema imune e prejudica a capacidade natural do corpo humano de combater o câncer. Ou seja, caso o diabetes não seja cuidado, toda a saúde do paciente acaba sofrendo e o câncer tem maiores chances de proliferar.

A pesquisadora June McKoy.

Sabendo disto, o estudo acompanhou os registros médicos de cerca de 200,000 diabéticos diagnosticados com câncer e descobriu que, de fato, os pacientes melhor educados possuíam uma qualidade de vida muito superior. As pessoas que passaram por programas educativos após receber o diagnóstico do câncer – nos quais aprenderam sobre a importância de manter o diabetes bem tratado – visitaram menos vezes as salas de emergência hospitalares, tiveram menos admissões em hospitais e menores custos de saúde, além de checarem a glicemia e as taxas de hemoglobina glicada mais vezes. O resultado foi uma visível sobrevida.

“Se você não usar o poder da educação, estará dando nó em pingo d’água”, disse McKoy. E completa: “As pessoas precisam ser informadas e os médicos devem agir como vendedores de conhecimento aos nossos pacientes. Ter diabetes e daí descobrir que se tem câncer pode ser um fardo pesado demais.”

 

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