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A curiosa relação entre peso, bactérias “boas” e nossos genes

O quanto você pesa pode estar intimamente relacionado aos seus genes e à maneira como eles controlam quais bactérias vivem em nosso corpo, afirma novo estudo.

O sistema digestório é composto por bilhões de microorganismos, que nos ajudam a aproveitar melhor os nutrientes dos alimentos. Imagem:BBC

Os genes – estas moléculas pequeninas presentes em nossas células e que contêm as “instruções” que ditam o funcionamento do corpo – são importantíssimos quando o assunto é peso. A influência da genética na balança é enorme. Muitas pessoas não conseguem de jeito nenhum perder peso, por mais que sigam as dietas mais tradicionais ou exóticas – grande parte da culpa nestes casos pode estar, sim, no nosso DNA.

A descoberta que esta matéria apresenta é importantíssima, também, para quem se interessa por diabetes. Controlar o peso e a alimentação é parte fundamental do tratamento da doença. O sobrepeso e a obesidade são as fatores de risco número 1 para o diabetes tipo 2. Saiba mais aqui!

 

Apesar da Ciência já saber, há tempos, sobre a influência dos genes em nosso peso, a maneira como isto ocorre ainda é nebulosa. Uma nova pesquisa, publicada no periódico Cell, revela uma nova faceta desta interação e ajuda a explicar a questão. Segundo o trabalho científico, a composição genética altera os tipos de bactérias que vivem no nosso sistema digestório. E isso tem tudo a ver com a maneira pela qual o corpo lida com os nutrientes da alimentação.

 

MUNDO MICROSCÓPICO DE PESO

A pesquisa, conduzida por pesquisadores da Universidade Cornell e do King’s College London, comparou a “fauna” intestinal de gêmeos idênticos (ou seja, pessoas com o DNA 100% igual) e gêmeos não-idênticos (que tem cerca de 50% do DNA igual). Por “fauna intestinal” entende-se a quantidade e os tipos de bactérias que vivem em nosso corpo, ajudando a processar os alimentos que comemos.

Os cientistas descobriram que gêmeos idênticos possuem a composição bacteriana muito mais parecida do que em gêmeos não-idênticos. Além disso, uma espécie de bactérias – as Christensenellaceae – foram muito mais comuns em pessoas magras do que nos gêmeos mais gordinhos.

Estes resultados demonstram uma forte influência dos genes na maneira como o corpo lida com os alimentos, afirmam os cientistas. Além disso, abrem a possibilidade de tratar problemas como obesidade e sobrepeso através da administração de Christensenellaceae.

Atualmente, a maneira mais recomendada de evitar os problemas de saúde decorrentes do excesso de peso é a reeducação alimentar, equilibrando os nutrientes ingeridos no dia-a-dia. Praticar atividades físicas também é essencial à manutenção da boa saúde. Já pensou se no futuro, além destas atividades, ingerir bactérias possa, também, ajudar a manter o peso sob controle?

Carnaval colorido: representação artística da variedade de bactérias presentes em nosso organismo.

“Setenta por cento das diferenças de peso entre as pessoas são causados pelos genes – isto já é conhecido pela Ciência há cerca de 10 anos”, afirmou Tim Spector, professor do King’s College e um dos autores do estudo.

“Possivelmente há algum importante fator que ainda não descobrimos no controle do peso. Determinar se os micróbios em nossos intestinos são ou não são influenciados pelos genes do hospedeiro é importante. É uma parte do nosso corpo que havíamos, até então, ignorado”, explica.

 

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