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A cidade deixa o paulistano doente

Em seis anos, o número de obesos aumentou 61,8% e o de diabéticos, 50%; Culpa é do sedentarismo.

Os brasileiros possuem doenças devido ao estilo de vida que levam. Foi o que disse um dos médicos estrangeiros do programa Mais Médicos. O cubano Raidel Sanchez Gomes da UBS Nova Osasco, na região metropolitana de São Paulo, afirmou que o país tem um número expressivo de hipertensos, obesos, diabéticos e pessoas com gastrite.

De acordo com o levantamento de dados da Vigitel (Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico) do Ministério da Saúde, o cubano não está errado na observação.

De 2006 a 2012 no estado de São Paulo, o crescimento no número de obesos foi de 61,8%. Impulsionado pela obesidade, o número de diabéticos do tipo 2 – que geralmente se manifesta em obesos – ampliou 50%.

O levantamento do Ministério da Saúde mostra que cerca de um quarto da população de São Paulo é hipertensa, um total de 23,5%. No entanto, em seis anos o número de pessoas com pressão alta acresceu apenas 9,8%. O vice-presidente da Sociedade Brasileira de Hipertensão, Antonio Felipe Sanjuliani, justifica a margem menor, se comparado com outras doenças funcionais.

O ritmo frenético de trabalho do paulistano, a dificuldade em voltar para casa para fazer as refeições e até a paixão do morador da capital por happy hour influenciam no hábito pouco saudável de vida.

“A obesidade e a diabete aparecem em um curto período de tempo, ao contrário da hipertensão, que é mais vagarosa para se manifestar”, explica Sanjuliani, que prevê um aumento significativo de hipertensos nas próximas décadas. “Em consequência do número de obesos que não para de crescer – agora representa 52% da população brasileira –, nos próximos anos vai dobrar o número de hipertensos no país.”

Pelo menos 70% dos casos de diabete tipo 2 são formados por obesos ou com sobrepeso. “Quanto maior é o aumento da obesidade, maior é o número de pessoas com diabete do tipo 2. Atualmente, 40% de quem tem a doença são obesos e 30% são pessoas com sobrepeso”, explica o endocrinologista João Eduardo Salles.

A pesquisa da Vigitel não aponta a quantidade de pessoas com gastrite nervosa, mas, segundo a Sociedade Brasileira de Gastroenterologia, o número tem crescido. “A única maneira de frear o aumento é através da reeducação alimentar da população”, garante o clínico gastroenterologista Ricardo Barbuti.

 

Entrevista: Ademir Lopes Júnior _Sociedade Brasileira de Medicina

A solução é diminuir o preço dos alimentos saudáveis

DIÁRIO_ A que atribui o aumento de 61,8% no número de obesos em São Paulo?

ADEMIR LOPES JÚNIOR_ Basta observar as mudanças nos hábitos das crianças. Antes, elas brincavam no parque e praticavam algum esporte, agora a diversão é o videogame. Os adultos só utilizam o carro e com isso diminuem o gasto calórico.

Os hábitos alimentares das pessoas pioraram?

As comidas estão mais disponíveis e, na pressa, as pessoas optam por fast-food, que são alimentos com muito carboidrato e gordura.

Como você vê o cenário nos próximos anos?

Se os hábitos alimentares continuarem do jeito que estão, a tendência é piorar. Os EUA são o exemplo disso. Lá a população obesa não para de crescer.

Existe alguma medida para minimizar os efeitos?

A solução é diminuir o preço dos alimentos saudáveis. As frutas e verduras têm preços maiores do que os alimentos industrializados.

Um hipertenso ou diabético pode melhorar apenas mudando os hábitos?

Tive um paciente que deixou de usar medicamentos só controlando o peso. Se eles começarem a cuidar da saúde física, vão usar menos remédios e ter uma saúde melhor

Na correria do dia a dia, como as pessoas encontram tempo para fazer exercícios físicos?

É preciso reservar pelo menos meia hora do dia para uma atividade física. Uma caminhada até a estação de Metrô ou descer um ponto de ônibus antes já faz diferença na qualidade de vida.

Fonte: Diário de SP

 

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